Fala, seus fãs de Michel Araujo! Um jogo logo depois de um triunfo com um a menos, que nos colocou no G6, teria toda a sensação de ressaca. E foi meio que isso. Pra piorar, Ceni colocou o time reserva, numa quarta-feira de frio intenso em Salvador (devia estar uns 25º, com sensação térmica de Polo Norte). Mas, guerreiro que sou, saí andando da Vila Laura até a Fonte enfrentando a nevasca.
Na chegada, um clima morno na Ladeira. Ainda havia vagas nos Galés, mostrando que o público seria bem baixo. E foi: apenas 30 mil torcedores. Pelo rádio, meu parceiro Marcos Valença avisava que Erick, volante que seria improvisado na lateral direita, se machucou no aquecimento e estava fora do jogo. Mingo o substituiria.
E o time Frankenstein ficou assim: Marcos Felipe, Xavier, Fredi, Mingo e Iago; Acevedo, Nestor, Jean Lucas, Michel Araujo, Kayky e Willian José. Na chegada, comentei que esse time, se fosse titular, venceria os cinco últimos da tabela da Série A e não iria se engasgar com o vice-lanterna da B. Dito e feito.
Aos 3 minutos, numa jogada de treino da Academia 2 Toques, onde todos os 10 jogadores de linha do Bahia tocaram na bola, termina com Jean Lucas e Kayky tabelando, 2K cruza pra área, Willian deixa passar e Michel “Nunca Critiquei” Araujo domina e bate no cantinho. 1×0.
Num cruzamento na área, a bola sobra para o centroavante deles, que, da marca do pênalti, domina e chuta, mas Marcos Felipe faz grande defesa.
Marcos erra na saída de bola, o ponta dribla dois e chuta, mas o goleiro do Esquadrão faz outra boa defesa.
O Bahia acorda. Nestor dá uma enfiada sinistra pra Kayky, que cruza na área e Willian coloca pra dentro (lá ele, 2x) e Bahia 2×0. Detalhe: o Bahia chegava na área com 5×5.
Nestor cruza na área, a zaga corta mal, Jean Lucas chuta, o zagueiro defende com a mão, mas a bola sobra para Willian José, que, com um toque humilhante, encobre o goleiro caído. 3×0.
VIRA O LADO!
A torcida, já cansada de comemorar gols, começa a cornetar o time que demora a fazer o quarto. Que demora. Já se vão 20 minutos…
E ele vem. Willian erra o passe para Kayky, mas a bola sobra para Nestor. Aí lembrei da frase do filósofo alemão Friedrich Nietzsche:
“Jegue carregado de açúcar até o fiofó é doce.”
Acreditem, Rodrigo Nestor acerta um chutaço de fora da área, na bochecha da rede, comemora dando uma martelada do Thor (NesThor?) e fecha o caixão dos paraenses.
Acevedo invade a área, dribla e chuta forte, mas o zagueiro salva em cima da linha. Lucho também teve mais uma chance, mas acertou o goleiro. E foi isso.
FAZ O PIX, CBF, E BORA BAÊA MINHA PORRA!
Os reservas do Tricolor fizeram uma grande partida diante do Papão da Curuzivis. Não faltou técnica, raça, vontade e respeito ao adversário. Sem brincadeiras: golearam e tentaram até o fim fazer mais gols. Parece que Ceni ganhou um novo Michel Araujo, um velho Acevedo, um Willian José mais preparado fisicamente e um Kayky empolgado. E isso é muito importante pra sequência.
O Tricolor chegou ao seu 38º jogo (ainda estamos em maio e já jogamos um Brasileirão!). Venceu 21 vezes, empatou 11 e perdeu apenas 6. Disputou 114 pontos e venceu 74, um aproveitamento de 64,9%. E ainda tem maluco falando “Fora Ceni” na Rádio Sociedade. Como diria o poeta Walt Whitman:
“Mim deixi, vú?”